Após dizer que não se arrependia de ter queimado um exemplar da
Bíblia Sagrada, jovem ateu pediu desculpas pelo gesto depois de receber
críticas de um padre em Rio Branco (AC).
Roberto Oliveira, 29
anos, estudante de Filosofia na Universidade Federal do Acre (UFAC) e vocalista
de uma banda de rock, leu uma carta aberta escrita pelo padre Máximo Lombardi,
da catedral Nossa Senhora de Nazaré, e disse que refletiu profundamente sobre
suas palavras.
Na
carta, Lombardi afirmou que o gesto de queima
da Bíblia “constitui
um ato imperdoável para um universitário”, e destacou que “no mundo de hoje as
guerras começam quando se mexem com os sentimentos religiosos, que constituem a
alma mais profunda do sentido da nossa vida e da vida dos povos”.
Em sua resposta, Roberto Oliveira admite que foi desrespeitoso
em seu protesto, revela que tem “formação cristã” e é um “ex seminarista”.
“No exercício da minha
liberdade de expressão, acabei por ferir o direito à liberdade de outros, agora
vejo e compreendo isso. Compreendo que errei. Não no conteúdo de minha crítica,
mas na forma. Neste ponto, concordo plenamente com o senhor, precisamos buscar
outros meios de combate ao fundamentalismo, com diálogo e respeito mútuo”.
O estudante lamenta que
“pessoas que se dizem cristãs” tenham passado a persegui-lo após o episódio,
contradizendo a mensagem de paz do Evangelho: “Tiram fotos com suas Bíblias com
tom ameaçador e me enviam por redes sociais com ofensas, ou que proferem
palavras de ódio a mim, não acredito que vivam plenamente este amor”, escreveu
em sua página no Facebook.
A repercussão da queima
da Bíblia levou Oliveira a perder o emprego e se tornar alvo de um inquérito do
Ministério Público Federal do Acre.
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